top of page

Demência do Hidrocéfalo de Pressão Normal (NPH)

O Dr. Atahualpa Cauê Paim Strapasson, é médico neurocirurgião e membro da NeuroSapiens®. Ele atua na cidade de Cuiabá, no estado de Mato Grosso. Neste vídeo ele explica sobre a Demência do Hidrocéfalo de Pressão Normal (NPH). Embora a Demência seja uma condição devastadora, quando causada por NPH existe cirurgia para a completa reversão do quadro? Contato direto da clínica do Dr. Atahualpa: Telefone 65 3626-4500 ou por WhatsApp 65 9976-0473



NPH é uma das causas reversíveis de demência, e faz parte da investigação de qualquer paciente com queixas de perda de memória. A doença se caracteriza pela dilatação de espaços preenchidos por líquido cefalorraquidiano que temos no nosso cérebro, chamados de ventrículos. Não se sabe ao certo a causa dessa dilatação, mas existem algumas hipóteses envolvendo alterações e danos aos vasos sanguíneos do cérebro e alterações da reabsorção desse líquido, havendo ainda uma influência genética.


O quadro clínico se caracteriza pela presença da perda de memória, dificuldade para caminhar e dificuldade para controlar a urina. Nem todos os pacientes têm todos os sintomas, e nem sempre a intensidade deles é proporcional. A investigação envolve, primeiramente, a realização de um exame de imagem: tomografia computadorizada do crânio ou, preferencialmente, ressonância magnética. Contudo, não existe nenhum achado no exame clínico ou de imagem que seja definitivo para o diagnóstico. Por isso, muitos pacientes necessitam de outros testes auxiliares, especialmente o chamado “Tap Teste”. Ele consiste na realização de uma punção para retirada do líquido cefalorraquidiano, normalmente na região lombar, semelhante à raquianestesia. O líquido é retirado e são realizados testes objetivos de memória e de caminhada, antes e depois.


Uma vez que foi estabelecido o diagnóstico, está indicado o tratamento. Ele consiste no implante de um sistema de Derivação Ventrículo-Peritoneal (DVP). Trata-se de um cateter, uma espécie de tubo fino de silicone, inserido naqueles espaços com líquido cefalorraquidiano por um pequeno orifício no crânio, conectado a uma válvula que controla o fluxo liquórico. Outro cateter que libera o líquido em excesso no abdômen conecta o fluxo entre a válvula e a cavidade abdominal. Lá, o líquido cefalorraquidiano é reabsorvido retornando para a corrente sanguínea. A membrana que absorve o liquor é chamada peritônio. Todo o sistema fica embaixo da pele.


Atualmente existem vários tipos de válvula, e se destacam as chamadas válvulas de pressão ajustável. A grande vantagem desses dispositivos é a possibilidade de se ajustar a pressão de funcionamento (drenando mais ou menos líquido) sem a necessidade de uma nova cirurgia para troca do sistema todo. São utilizados equipamentos específicos para isso, que normalmente têm pequenos ímãs colocados próximos à válvula por cima da pele que permitem o ajuste da pressão de drenagem no consultório do neurocirurgião que decide a necessidade de mudança de drenagem baseado nos sintomas imagem do cérebro com a Tomografia Computadorizada ou a Ressonância Magnética. Existe um quociente entre o tamanho dos ventrículos e do manto cerebral que ajudam na decisão quanto a drenagem liquórica necessária.


A cirurgia é considerada segura e extremamente eficaz, com taxas de melhora que ficam acima dos 80% no curto e médio prazo, e acima de 70% acima no longo prazo. Como qualquer procedimento médico, há riscos. Os mais comuns são a formação de hematomas intracranianos e infecção, mas com taxas atuais menores que 5%. Pode haver problemas com o funcionamento da válvula, e em torno de 10% dos pacientes precisam realizar cirurgias de revisão ao longo dos vários anos.


Então, pela necessidade de uma avaliação diagnóstica ampla e detalhada, da escolha da válvula mais adequada àquele caso, e a necessidade da excelência na técnica cirúrgica para minimizar os riscos, deve-se procurar uma equipe composta de profissionais qualificados e experientes, de maneira a evitar intervenções desnecessárias ou, por outro lado, contraindicar procedimentos que podem contribuir de maneira significativa na melhora na qualidade de vida do paciente. Principalmente sabendo que a demência desintegra o ser humano no âmago do seu ser, privando a pessoa de tudo que aprendeu, e até reconhecer os seus entes mais amados.


20 visualizações0 comentário
bottom of page